Liberdade: uma relação entre cânon e dialética na Crítica da razão pura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v16i2.772

Palavras-chave:

Kant; Dialética; Cânon; Liberdade transcendental; Liberdade prática.

Resumo

O presente estudo investiga a consistência entre as afirmações da Dialética e as do Cânon acerca do problema da liberdade e o faz através de uma análise comparativa de três interpretações, mostrando por que duas delas (Carnois e Allison) seriam equivocadas, e, uma terceira (Esteves), defensável. Carnois aponta que haveria uma incompatibilidade entre Dialética e Cânon ao considerar que a liberdade do Cânon seria uma liberdade limitada e empírica, enquanto que, na Dialética, teria uma espontaneidade absoluta. Allison considera que os textos seriam compatíveis, embora ambos apresentem uma liberdade prática relativa e ambígua (dependente de um estímulo sensível), e por isso haveria uma moralidade pré-crítica na KrV. A interpretação de Esteves nos parece a mais sustentável e permite perceber a coerência e a contemporaneidade dos textos (ambos apresentam a liberdade com espontaneidade absoluta), mostrando que, embora a liberdade prática seja uma liberdade relacional (aplicada a seres humanos e por isso em contato com o empírico), ela não é um conceito empírico, mas híbrido.

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Biografia do Autor

Nilmar Pellizzaro, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Doutorando (bolsista CAPES) em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Santa Catarina – Brasil.

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Publicado

2017-12-18

Como Citar

PELLIZZARO, Nilmar. Liberdade: uma relação entre cânon e dialética na Crítica da razão pura. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 16, n. 2, p. 169–187, 2017. DOI: 10.31977/grirfi.v16i2.772. Disponível em: https://www3.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/772. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

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Artigos