Circularidade cultural no espaço colonial: a Santidade de Jaguaripe e o processo de reinvenção identitária

Autores

  • Jamille Oliveira Santos Bastos Cardoso Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Palavras-chave:

Santidade de Jaguaripe. Circularidade cultural. Recôncavo da Bahia.

Resumo

Ao analisar a documentação do Santo Ofício (processos, denunciações e confissões) em relação à Santidade de Jaguaripe, movimento indígena e sincrético que perdurou no Recôncavo Colonial (1585-1595), podemos observar que esta se difundiu não apenas entre os povos tupinambá, mas também entre os negros, brancos e mamelucos, muitos dos quais já haviam passado pelo processo de catequização católico. Em alguns casos pessoas confessam na própria mesa do visitador que se sentiram abalados e chegaram a crer que essa santidade era verdadeira, vinda da parte de Deus. Outros tantos participaram dos cultos e cerimônias dessa abusão considerada herética e idólatra pela Inquisição. Assim sendo, a Santidade de Jaguaripe é um espaço privilegiado para a reinvenção de identidades, onde diferentes grupos étnicos se influenciam mutuamente em um rico e complexo processo de circularidade cultural. Assim sendo o presente artigo reconstrói a história da Santidade de Jaguaripe e traz alguns pontos para uma pesquisa que está em desenvolvimento através do levantamento e análise de fontes relacionadas à Santidade de Jaguaripe tendo como objetivo o estudo do processo de transculturação interétnico que se deu através desta religiosidade ameríndia.

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Publicado

2013-03-25