A filosofia política de Martín de Azpilcueta (1492-1586) e a questão da autoridade civil popular

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v19i1.1154

Palavras-chave:

Martín de Azpilcueta; Escolástica tardia; Filosofia política; Poder popular; Direito natural.

Resumo

Neste artigo pretender-se-á estabelecer as bases sobre as quais Martín de Azpilcueta demonstra sua fundamentação da autoridade política no intuito de refletir sobre como este pensador articula sua argumentação no intuito de apresentar o povo como detentor originário, por direito natural, do poder civil. Para que este objetivo possa ser alcançado buscar-se-á apresentar como o autor relaciona e distingue o poder eclesiástico do poder laico ou civil. Em seguida demonstrar-se-á como o pensador espanhol estabelece sua fundamentação da autoridade civil popular ao defender que o poder civil se legitima por ter sua origem em Deus, por ser de ordem natural e ser dado de forma imediata à comunidade dos mortais. A partir disso é possível considerar que a autoridade política laica, conforme o pensamento de Martín de Azpilcueta, tem o povo como seu legítimo depositário e que disso decorre a igualdade original primária de todos os homens na vida pública. Para que se possa realizar o objetivo apresentado neste trabalho estudar-se-á, de maneira específica, a Notabile tertium presente na obra Martín de Azpilcueta chamada Relectio C. Novit de Iudiciis publicada pela primeira vez em Coimbra no ano de 1548.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marlo do Nascimento, Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

Doutorando em Filosofia na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), São Leopoldo - RS, Brasil. Bolsista CAPES/PROSUC

Referências

ARISTOTLE. Categories. In: BARNES, Jonathan. The Complete Works of Aristotle. The Revised Oxford Translation. 2 vols. (Bollingen Series, 71: 2). 1984.

AZPILCUETA, Martín de. Relectio c. Novit de Iudiciis. In: CALAFATE, Pedro. A Escola Ibérica da Paz nas Universidades de Coimbra e Évora (Séculos XVI e XVII) (vol. II). Coimbra: Edições Almedina, p. 23-181, 2015.

CALAFATE, Pedro. O pensamento político de Martín de Azpilcueta: sobre o poder supremo. Filosofia Unisinos, v. 18, n. 3, p. 203-212, 2017.

CASTAÑEDA, E. El Dr. Navarro, Martín de Azpilcueta y la doctrina del poder indirecto. In: Archivo teológico granadino, n. 5, p. 63-94, 1942.

GUERÍN, Jorge Otaduy. La doctrina de Martín de Azpilcueta sobre la potestad civil y su influjo en la teoría del poder indirecto. In: El el IV centenario de la muerte de Martín de Azpilcueta. Gobierno de Navarra, Pamplona: EUNSA, p. 313-330, 1988.

INOCÊNCIO III. Novit Ille. In: CALAFATE, Pedro. A Escola Ibérica da Paz nas Universidades de Coimbra e Évora (Séculos XVI e XVII) (vol. II). Coimbra: Edições Almedina, p. 183-189, 2015.

LOYN, Henry R. Dicionário da Idade Média. Trad. Álvaro Cabral, 2.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1991.

MARSÍLIO DE PÁDUA. O Defensor da Paz. Tradução e notas de José Antônio Camargo Rodrigues de Souza. Petrópolis: Vozes, 1997

McGRADE, Arthur Stephen. Jacques Almain. In: KRAYE, Jill (Ed.). Cambridge translations of Renaissance philosophical texts. Volume 2: Political Philosophy. Cambridge University Press, 1997.

STREFLING, Sérgio Ricardo. A filosofia política na Idade Média. Pelotas: NEPFIL online, 2016.

TAPIA, Ramón Martínez. Filosofía política y derecho en el pensamiento español del s. XVI: el canonista Martín de Azpilcueta. Granada: Colegio Notarial de Granada, 1997.

TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. vol. IV. São Paulo: Edições Loyola, 2005.

Downloads

Publicado

2019-02-28

Como Citar

NASCIMENTO, Marlo do. A filosofia política de Martín de Azpilcueta (1492-1586) e a questão da autoridade civil popular. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 19, n. 1, p. 65–75, 2019. DOI: 10.31977/grirfi.v19i1.1154. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/1154. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos