Jônios e itálicos: antagonismo nos primórdios da filosofia grega

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v19i2.1203

Palavras-chave:

Jônicos; Materialismo; Itálicos; Idealismo; Atomismo; História da filosofia.

Resumo

O tema deste artigo é o antagonismo entre duas “escolas” filosóficas que se desenvolveram a partir de princípios opostos: as “escolas” jônica e a itálica. Aquela desenvolveu-se desde Tales em Mileto, passando por Anaximandro, Anaxímenes, Heráclito, Leucipo, Demócrito, Epicuro..., cuja filosofia se denomina materialista A segunda, de Parmênides, Zenão... até, principalmente, Sócrates, Platão e Aristóteles, cuja filosofia se chama idealista. O proposto é um esquema de releitura dessa história e uma problematização mínima das suas consequências. Verifica-se que desde a Antiguidade os filósofos reconheciam a existência desse antagonismo e conscientemente opunham-se entre si, numa luta cuja vitória, a história o conta, foi dos idealistas. Não se trata de um estudo exaustivo de cada um desses filósofos, mas apenas alguns, aqueles por mim considerados mais exemplares da época dos primórdios da filosofia grega. Ressalta-se, ainda, que esse antagonismo vem sendo recorrentemente negligenciado nos manuais de história da filosofia. Como o único meio para mostrar isso é o de evidenciar a incoerência dos manuais a partir dos próprios textos e testemunhos desses filósofos, o leitor encontrará, com maior ênfase, uma análise do desenvolvimento do atomismo em Leucipo a partir da filosofia de Anaxímenes, ao contrário da afirmação costumeira de que o atomismo se originou da doutrina do Ser de Parmênides.

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Biografia do Autor

Rafael Estrela Canto, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro – RJ, Brasil. Professor Adjunto da Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém – PA, Brasil.

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Publicado

2019-06-13

Como Citar

CANTO, Rafael Estrela. Jônios e itálicos: antagonismo nos primórdios da filosofia grega. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 19, n. 2, p. 311–329, 2019. DOI: 10.31977/grirfi.v19i2.1203. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/1203. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos