A educação do ethos na Antígona de Sófocles

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v21i2.2402

Palavras-chave:

Antígona; tragédia; Ethos; Lei; Política.

Resumo

Antígona, de Sófocles, escrita por volta de 441-440 a.C. é a tragédia mais estuda e interpretada da história do teatro clássico. São diversos os ângulos interpretativos e de análise que a 2500 a.C. desafiam os exegetas e estudiosos das diversas áreas do conhecimento humano. A forma como a peça é, interpretativamente, recebida varia conforme os interesses do tempo no qual ela é estudada e encenada. Objetiva-se, nesse trabalho, por meio de uma análise hermêutico-dialética de revisão de literatura, apresentar possíveis impactos que o descumprimento da lei civil que impedia a jovem princesa Antígona a oportunizar um sepultamento digno a seu irmão, Polinice, possui para a formação de um ethos educativo e emancipador de cidadãos que busquem na sua práxis a plena justiça social, diante de leis tecidas pela lógica excludente de um poder de estado que almeja apenas se perpetuar no poder. Os personagens principais são analisados e contextualizados à luz da compreensão de um ethos formativo que priorize a lógica da justiça em detrimento da lógica fria da lei jurídica. Conclui-se que o interdito de Creonte, ainda, está vivo em nosso tempo, e a educação é um dos principais instrumentos, para transformar o status quo que vitimiza, injustamente, muitas pessoas em nome de uma razão de estado divorciada de princípios ético-morais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luis Fernando Biasoli, Universidade de Caxias do Sul (UCS)

Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre – RS, Brasil. Professor do Centro de Filosofia e Educação da Universidade de Caxias do Sul (CEFE/UCS), Caxias do Sul – RS, Brasil.

Referências

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990.

BRANDÃO, Junito de Souza. Teatro grego: tragédia e comédia. Petrópolis: Vozes, 1985.

COULANGES, Fustel de. A cidade antiga. São Paulo: Martin Claret, 2009.

ELIADE, Mircea. Mito e realidade. São Paulo: Perspectiva, 2016.

HEGEL, Georg Wilheim Friedrich. Cursos de estética. vol IV. São Paulo: EDUSP, 2004

JAEGER, W. Paidéia – A formação do Homem Grego. 3a. edição. Tradução de Artur M. Parreira, Martins Fontes, São Paulo, 1994.

RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, 2017.

ROSENFELD, Anatol. Aulas de Anatol Rosenfeld (1968). A Arte do Teatro. Registradas por Neusa Martins. São Paulo: Publifolha, 2009.

ROSENFIELD, Kathrin H. Antígona – de Sófocles a Hölderlin: por uma filosofia trágica da literatura. Porto Alegre: L&PM, 2000.

ROSENFIELD, Kathrin H. Sófocles & Antígona. Rio de Janeiro; Zahar, 2002.

STEINER, George. Antigones. Nova Iorque: OUP, 1984.

SÓFOCLES, A trilogia tebana: Édipo Rei, Édipo em Colono, Antígona. 15 reimpressão. Trad. Mario da Gama Kury. Rio de Janeiro; Editora Jorge Zahar, 2011.

VERNANT, Jean-Pierre; VIDAL-NAQUET, Pierre. Mito e Tragédia na Grécia Antiga. Editora Brasiliense, São Paulo, 1991.

Downloads

Publicado

2021-06-02

Como Citar

BIASOLI, Luis Fernando. A educação do ethos na Antígona de Sófocles. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 21, n. 2, p. 433–443, 2021. DOI: 10.31977/grirfi.v21i2.2402. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/2402. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos