Os dois lados do limite da crítica: por que o númeno faz parte da analítica?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i1.2556

Palavras-chave:

Analítica transcendental; Númeno; Limite; Crítica.

Resumo

A partir da preocupação sistemática com as divisões da CRP, abordamos o terceiro capítulo da Analítica dos Princípios, incluindo também suas teses sobre a transgressão da razão e sobre o “alargamento negativo”. Nossa proposta é mostrar a especificidade do conceito de númeno frente às outras categorias do entendimento, sem perder de vista sua pertinência dentro da Analítica Transcendental. A peculiaridade desse conceito expressa de maneira privilegiada a relação da crítica com os limites do conhecimento, uma vez que númeno é uma representação posta fora da possibilidade da intuição, mas que é exposta por análise do conhecimento – e não por inferência, como seria o caso das ideias da razão. Propomos, portanto, lançar luz sobre os argumentos que, por um lado, limitam o conhecimento e, por outro, permitem ao pensamento uma via para prosseguir além da experiência. Desse modo, a posição do crítico, que na atividade de análise se desprende de interesses específicos em prol de uma investigação imparcial, consegue abarcar o dentro e o fora da delimitação conhecimento.

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Biografia do Autor

Paulo Santana Júnior Borges, Universidade de São Paulo (USP)

Doutorando(a) em Filosofia na Universidade de São Paulo (USP), São Paulo – SP, Brasil. Bolsista do(a) Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo ( FAPESP), São Paulo – SP, Brasil.

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Publicado

2022-02-27

Como Citar

BORGES, Paulo Santana Júnior. Os dois lados do limite da crítica: por que o númeno faz parte da analítica?. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 22, n. 1, p. 34–48, 2022. DOI: 10.31977/grirfi.v22i1.2556. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/2556. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos