Bioética e eugenia: pressupostos biopolíticos da manipulação genética

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i1.2653

Palavras-chave:

Biopolítica; Bioética; Biopoder; Eugenia; Racismo.

Resumo

A partir da hipótese de que seres humanos modificados terão projetos de vida bem sucedidos, reflete-se quais seriam os pressupostos biopolíticos da manipulação genética na sociedade moderna. Considerando as teorias apresentadas por Michel Foucault (2005), Jürgen Habermas (2010), Michael J. Sandel (2013), Hans Jonas (2006) e Achille Mbembe (2014), identifica-se uma africanização genética da população menos favorecida economicamente. Neste cenário, conceitos de classe e raça se confundem e ampliam o preconceito social. Diante das novas tecnologias de engenharia genética, a manipulação gênica se apresentam como uma nova face do biopoder, uma vez que a ciência, agora, tem o poder de dar vida a partir da seleção de características consideradas superiores. Sustenta-se que a crítica em torno do processo de manipulação genética é necessária, pois abre a possibilidade de se debater acerca do reconhecimento mútuo como condição de vida, acima da identificação de raça ou classe, localização geográfica ou das demais características dos indivíduos que compõem a sociedade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luis Fernando Biasoli, Universidade de Caxias do Sul (UCS)

Doutor(a) em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre – RS, Brasil. Professor(a) de Filosofia da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul – RS, Brasil

André Brayner de Farias, Universidade de Caxias do Sul (UCS)

Doutor(a) em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre – RS, Brasil. Professor(a) da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul – RS, Brasil.

Eduardo Borile Júnior, Universidade de Caxias do Sul (UCS)

Mestre(a) em Filosofia pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul – RS, Brasil.

Referências

BERLIN, Isaiah Sir. Quatro ensaios sobre a liberdade. Brasília: UNB, 1981.

CRARY, Jonathan. 24/7: Capitalismo tardio e os fins do sono. São Paulo: Ubu Editora, 2016.

FEINBERG, Joel. Filosofia social. Rio de Janeiro: Zahar, 1974.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). São Paulo: M. Fontes, 2005.

HABERMAS, Jürgen. O futuro da natureza humana. 2.ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.

HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21. São Paulo: Cia. das Letras, 2018.

HOBBES, Thomas. Do cidadão. São Paulo: M. Claret, 2004.

JONAS, Hans. O princípio da responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica.Trad.: Marijane Lisboa, Luiz Barros Montez. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006.

LÉVINAS, Emmanuel. Humanismo do outro homem. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.

MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. 2. ed. Lisboa: Antígona, 2014.

MBEMBE, Achille. Sair da Grande Noite. Ensaio sobre a África descolonizada. Luanda: Edições Pedago. 2013

MOORE, George Edward. Princípios éticos. São Paulo: Abril Cultural; 1975.

RAWLS, John. Uma teoria da justiça. 3. ed. rev. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

SANDEL, Michael J. Contra a perfeição: ética na era da engenharia genética. 1. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileiro, 2013.

Downloads

Publicado

2022-02-27

Como Citar

BIASOLI, Luis Fernando; BRAYNER DE FARIAS, André; BORILE JÚNIOR, Eduardo. Bioética e eugenia: pressupostos biopolíticos da manipulação genética. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 22, n. 1, p. 298–307, 2022. DOI: 10.31977/grirfi.v22i1.2653. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/2653. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos