A ambiguidade da definição ostensiva e a convergência entre Wittgenstein e Agostinho

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i2.2907

Palavras-chave:

Definição ostensiva; Linguagem humana; Wittgenstein; Agostinho.

Resumo

A definição ostensiva, ao basear-se na ostensividade, visa indicar que a linguagem humana se norteia, tão somente, na gesticulação e indicação. Nesse sentido, semelhante teoria linguística exclui, em grande parte, a considerável eminência da simbologia e internalização inscritos na dinamicidade e interioridade inerentes à linguagem humana. Desse modo, a definição ostensiva, com a pretensão de ser a tese paradigmática sobre a linguagem humana, não a explicitaria, tampouco sintetizaria em si toda a riqueza presente na linguagem humana. Perante isso, o presente artigo visa refletir acerca da ambiguidade da definição ostensiva e a convergência entre Wittgenstein e Agostinho. Ambos, embora distante temporalmente, não endossam a definição ostensiva como base de suas teses sobre a linguagem humana. Assim, em primeiro lugar, será apresentada uma conceituação sobre a definição ostensiva. Para depois, investigar sobre a crítica de Wittgenstein sobre tal conceito linguístico e, por fim, ponderar que, também, Agostinho não tem a definição ostensiva como base de sua concepção sobre a linguagem.

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Biografia do Autor

Clodoaldo da Luz, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Doutorando(a) em Filosofia na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba – PR, Brasil.

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Publicado

2022-06-19

Como Citar

DA LUZ, Clodoaldo. A ambiguidade da definição ostensiva e a convergência entre Wittgenstein e Agostinho. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 22, n. 2, p. 156–167, 2022. DOI: 10.31977/grirfi.v22i2.2907. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/2907. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos