Visitando a terra gêmea moral

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i3.3009

Palavras-chave:

Realismo de Cornell; Terra Gêmea Moral; Designação Rígida.

Resumo

Este texto pretende examinar os pressupostos da Terra-gêmea-moral, argumento formulado por Terence Horgan e Mark Timmons com intenção de refutar a proposta realista naturalista da moral conhecida como realismo de Cornell. A Terra-gêmea-moral fornece alguma evidência intuitiva de que termos que nomeiam tipos morais não são designadores rígidos de propriedades naturais e que, portanto, não é possível oferecer uma definição naturalista para eles, o que deveria ser um comprometimento do realismo de Cornell. Entretanto, neste texto, procuramos demonstrar que o realismo de Cornell não se compromete com relações de designação rígida entre termos para tipos morais e propriedades naturais para sustentar sua postura naturalista. Em vez da relação de identidade entre tipos morais e naturais que seria trazida pela designação rígida, o realismo de Cornell mantém apenas a tese metafísica segundo a qual tipos morais são constituídos ou realizados por propriedades naturais deixando aberta a possibilidade de múltipla realização dos tipos morais. Como o realismo de Cornell não se compromete com a tese semântica que Horgan e Timmons criticam, então a Terra-gêmea-moral não parece oferecer uma objeção à posição realista.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ísis Esteves Ruffo, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutorando(a) Em Filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro – RJ, Brasil.

Referências

BOYD, Richard. Finite Beings, Finite Goods: The Semantics, Metaphysics and Ethics of Naturalist Consequentialism. Part I. Philosophy and Phenomenological Research, vol. LXVI, nº03, Maio/2003, p. 505 – 553.

BOYD, Richard. Kinds as the Workmanship of Men: Realism, Constructivism, and Natural Kinds. In.: NIDA-RÜMELIN, J. MEGGLE, G. (orgs.). Rationality, Realism, Revision: Proceedings of the 3rd International Congress of the Society for Analytical Philosophy, 2000, p. 52 – 89.

BOYD, Richard. Kinds, Complexity and Multiple Realization: Comments on Millikan’s “Historical Kinds and the Special Species’. Philosophical Studies: An International Journal for Philosophy in the Analytic Tradition, vol. 95, nº 1/2, 1999, p. 67 – 98.

BOYD, Richard. How to be a Moral Realist. In.: SAYRE-MCCORD, Geoffrey. Essays on Moral Realism. Cornell University Press, 1988. p. 181 – 228.

BOYD, Richard. Materialism Without Reductionism: What Physicalism Does Not Entail. In.: BLOCK, Ned (ed.). Readings in the Philosophy of Psychology. Harvard University Press, vol 1, 1980. p. 67 –106.

BRINK, David O. Realism, Naturalism, and Moral Semantics. Social Philosophy and Policy, vol. 18, 2001, p. 154 – 176.

BRINK, David O. Moral Realism and the Foundations of Ethics. Cambridge University Press, 1989. 353 p.

COPP, David. Milk, Honey, and the Good Life on Moral Twin Earth. Synthese, vol. 124, 2000, p. 113 – 137.

DAWSON, A. LAURENCE, S. MARGOLIS, E. Moral Realism and Twin Earth. Facta Philosophica, vol. 1, 1999, p. 135 – 165.

HORGAN, Terence. TIMMONS, Mark. Copping Out on Moral Twin Earth. Synthese, v. 124, p. 139 –152, 2000.

HORGAN, Terence. TIMMONS, Mark. Troubles for New Wave Moral Semantics: ‘The Open Question Argument’ Revived. Philosophical Papers, v. 21, 1992, p. 153 – 175.

KRIPKE, Saul. Naming and Necessity. 5. ed. Blackwell, 1990 [1980], 92 p.

SAYRE-MCCORD, Geoffrey. The Many Moral Realism. In.: SAYRE-MCCORD, Geoffrey (ed.). Essays on Moral Realism. Cornell University Press, 1988.

TIMMONS, Mark. Morality without Foundations: A Defense of Ethical Contextualism. New York: Oxford University Press, 1999, 280 p.

PUTNAM, Hillary. Mind, Language and Reality. Cambridge University Press, 2003 [1975], 457 p.

Downloads

Publicado

2022-10-28

Como Citar

ESTEVES RUFFO, Ísis. Visitando a terra gêmea moral. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 22, n. 3, p. 102–115, 2022. DOI: 10.31977/grirfi.v22i3.3009. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/3009. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos