É a colônia de formigas um organismo consciente?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v23i1.3220

Palavras-chave:

Colônia de Formigas; Consciência; Pampsiquismo.

Resumo

A semelhança entre o padrão de interação dos neurônios do cérebro humano e a colônia de formigas torna esta última objeto da hipótese de ser uma estrutura apta a ter uma consciência. Assim, neste artigo, a definição de Thomas Nagel da consciência como algo que é ser para um organismo se torna basilar para o exame dela como um possível sujeito experiencial. A colônia de formigas, se considerada um organismo, poderia ser um sujeito apto a ter experiências internas. Por isso, neste artigo, eu desenvolvo com base no Pampsiquismo, critérios de análise da colônia, apresentando quais características ela deve atender para ser qualificada como consciente. Dessa maneira, ela se torna um modelo apropriado para o exame da relação corpo-mente. Não defendo que a colônia de formigas é um organismo genuíno, mas que, caso seja, terá algum tipo de experiência consciente. No tratamento dessa questão, eu examino se a colônia é um indivíduo biológico, e, em seguida, se é possível que as mentes das formigas embasem a mente da colônia. Concluo que, a partir do modo de interação das partes com o todo, pode haver mais de uma resolução para o problema, i.e., a consciência da colônia depende do modo como seus componentes estão física e fenomenalmente integrados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Anderson Luiz do Vale Fonseca, Universidade Federal do Ceara (UFC)

Doutorando(a) em Filosofia  na Universidade Federal do Ceara (UFC), Fortaleza – CE, Brasil.   

Referências

BLOCK, Ned. Troubles with Functionalism. In: CHALMERS, David J. (Ed.). Philosophy of Mind: classical and contemporar readings. New York, Oxford: Oxford University Press, 2002, p.94-98.

CHALMERS, David J. The Conscious Mind: In Search of a Fundamental Theory. New York: Oxford University Press, 1996, 432 p.

CHALMERS, David J. Concioussnes and Its Place in Nature. In: CHALMERS, David J. (ed.). Philosophy of Mind: Classical and Contemporary Readings. New York: Oxford University Press USA, 2002, p. 247-272.

CHALMERS, David J. Panpsychism and Panprotopsychism, 2013, p. 1-32. Disponível em: http://consc.net/papers/panpsychism.pdf . Acesso em 20 de fevereiro de 2021.

CHALMERS, David J. The Combination Problem for Panpsychism, 2017, p. 1-37. Disponível em: http://consc.net/papers/combination.pdf . Acesso em 20 de fevereiro de 2021.

CLEVE, James Van. Mind – Dust or Magic? Pansychism versus Emergence. Philosophical Perspectives, Vol. 4, 1990, p. 215-217.

FEKETE, Tomer; VAN LEEUWEN, Cees; EDELMAN, Shimon. System, subsystem, hive: Boundary problems in computational theories of consciousness. Frontiers in Psychology, 2016, Vol. 7, Art. 1041, p. 1-17. Disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpsyg.2016.01041/full. Acesso em 05 de outubro de 2019.

GOFF, Philip. Consciousness and fundamental reality. New York: Oxford University Press, 2017, 290 p.

GOFF, Philip. The Phenomenal Bonding Solution} to the Combination Problem. In L. Jaskolla (ed.), Panpsychism: Contemporary Perspectives. New York: Oxford University Press. 2017, p. 283-302.

GOFF, Philip; SEAGER, William; ALLEN-HERMANSON, Sean. Panpsychism. In: ZALTA, Edward N. (ed.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy. California: Stanford University, 2017. Disponível em: https://plato.stanford.edu/archives/sum2020/entries/panpsychism. Acesso em 25 de outubro de 2020.

GOFF, Philip. Galileo's Error: Foundations for a New Science of Consciousness. New York: Pantheon Books, 2019, 256 p.

GOFF, Philip; ROELOFS, Luke. In Defence of Phenomenal Sharing. In: BUGNON, Julien; NIDA-RUMELIN, Martine (Eds.). The Phenomenology and Self-Awareness of Conscious Subjects. Routledge, 2020. Disponível em: https://www.philipgoffphilosophy.com/uploads/1/4/4/4/14443634/in_defence_of_phenomenal_sharing_v1.pdf. Acesso em 2 de maio de 2021.

KLEIN, Colin; BARRON, Andrew B. Insects have the capacity for subjective experience. Animal Sentience, Vol. 1, Issue 9, Nº 1, 2016, p. 1-54. Disponível em: https://www.wellbeingintlstudiesrepository.org/animsent/vol1/iss9/1/. Acesso em 03 de agosto de 2020

LANGLAND-HASSAN, Peter. Introspective Misidentification. Philosophical Studies: An International Journal for Philosophy in the Analytic Tradition. vol. 172, no. 7, Springer, 2015, p. 1737–58. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/24704179. Acesso em 14 de novembro de 2021.

MALLATT, Jon; FEINBERG, Todd E. Insect consciousness: Fine-tuning the hypothesis. Animal Sentience, Vol. 1, Issue 9, Nº 10, 2016, p. 1-16. Disponível em: https://www.wellbeingintlstudiesrepository.org/animsent/vol1/iss9/10/. Acesso em 03 de agosto de 2020.

MERKER, Björn. Consciousness without a cerebral cortex: a challenge for neuroscience and medicine. Behavioral and Brain Sciences. Vol. 30(1), 2007, p. 63-81. DOI: 10.1017/S0140525X07000891.

NAGEL, Thomas. Mortal Questions. Cambridge: Cambridge University Press, 1979, 226 p.

NAGEL, Thomas. Visão a Partir de Lugar Nenhum. Trad. Silvana Pereira. 1ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004, 405 p.

QUELLER, David C; STRASSMANN, Joan E. Beyond society: the evolution of organismality. Philosophical Transactions of the Royal Society Biological Sciences. Vol. 364, Issue 1533, 2009, p. 3143-55.

ROELOFS, Luke. Combining Minds: A Defence of the Possibility of Experiential Combination. Dissertation, University of Toronto, 2015, 420 p.

ROELOFS, Luke. Combining Minds: How to think about composite subjectivity. New York: Oxford University Press, 2019, 336 p.

ROSENBERG, Gregg. A Place for Consciousness: Probing the Deep Structure of the Natural World. New York: Oxford University Press, 2004, 325 p.

SCHWITZGEBEL, Eric. If materialism is true, the United States is probably conscious. Philosophical Studies, Vol. 172, p.1697–1721, 2015. DOI: https://doi.org/10.1007/s11098-014-0387-8.

SCHWITZGEBEL, Eric. Are garden snails conscious? Yes, no, or *gong*. The Splintered Mind, 2018. Disponível em: http://schwitzsplinters.blogspot.com/2018/09/are-garden-snails-conscious-yes-no-or.html. Acesso em 3 de agosto de 2020.

SØVIK, Eirik; PERRY, Clint. The evolutionary history of consciousness. Animal Sentience. Vol. 1, Issue 9, Nº 19, 2016, p. 1-5. Disponível em: https://www.wellbeingintlstudiesrepository.org/animsent/vol1/iss9/19/ Acesso em 03 de agosto de 2020.

STRASSMAN, Joan E.; QUELLER, David C. The Social Organism: Congresses, Parties, and Committees. The Society for the Study of Evolution. Vol. 64, Nº 2, 2010, p. 605-616.

STRASSMAN, Joan E.; QUELLER, David C. How social evolution theory impacts our understanding of development in the social amoeba Dictyostelium. Development, Growth & Differentiation, Vol. 53, 2011, p. 597-607. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1440-169X.2011.01272.x Acesso em 18 de agosto de 2020.

THOMPSON, Evan. A Mente na Vida: Biologia, Fenomenologia e Ciências da Mente. Lisboa: Instituto Piaget, 2013, 542 p.

VARELA, Francisco. El fenómeno de la vida. Santiago de Chile: Dolmen, 2000, 472 p.

WHEELER, William M. The ant-colony as an organism. Journal of Morphology. Vol. 22, 1911, p. 307-325.

Downloads

Publicado

2023-02-26

Como Citar

LUIZ DO VALE FONSECA, Anderson. É a colônia de formigas um organismo consciente? . Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 23, n. 1, p. 70–86, 2023. DOI: 10.31977/grirfi.v23i1.3220. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/3220. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos