Kant e Foucault, da aufklärung à ontologia crítica

Autores

  • José Eduardo Pimentel Filho Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v5i1.522

Palavras-chave:

Aufklärung; Odontologia; Crítica; Liberdade.

Resumo

O que se buscará com o seguinte artigo é recriar, e analisar, o trajeto filosófico que tem sua origem no conceito kantiano de Aufklärung, e cuja evolução nos levará até o conceito foucaultiano de “ontologia crítica”. Em 1784, Kant diria num artigo do jornal alemão Berlinische Monatsschrift que a Aufklärung (termo alemão para designar o evento histórico do Iluminismo) seria uma saída da minoridade do homem, e por minoridade podemos entender o fato do homem não ser capaz de fazer uso do seu próprio entendimento, ficando assim dependente da razão de tutores (pastores, médicos, governantes, etc.). A partir disto, Foucault, em 1984, diria que a originalidade desta resposta de Kant está exatamente em não propor um método ou uma doutrina, mas antes, em incitar uma ação: propriamente a ação de saída [Ausgang]. Assim, Foucault nos apresentaria sua “ontologia crítica”; que diferentemente da ontologia tradicional (metafísica) que busca capturar os acontecimentos numa doutrina, o papel da ontologia foucaultiana seria exatamente o de tornar o sujeito incapturável por qualquer doutrina que apreende os acontecimentos num SER exclusivo. O que Foucault faria, desta forma, seria levar o conceito de Kant mais além, propondo mesmo um trabalho infinito, não apenas mais para sair, mas para igualmente permanecer fora do estado de minoridade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Eduardo Pimentel Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro – Brasil.

Referências

DELEUZE, Gilles. Lógica do Sentido. Trad. Luiz Roberto S. Fortes. São Paulo: Editora Perspectiva, 2003.

FOUCAULT, Michel. Dits et Écrits I. Paris: Editora Gallimard, 2001a.

FOUCAULT, Michel. Dits et Écrits II. Paris: Editora Gallimard, 2001b.

FOUCAULT, Michel. História da Loucura. Trad. José T.C. Netto. São Paulo: Editora Perspectiva, 2002.

FOUCAULT, Michel. Le Gouvernement de Soi et des Autres. Paris: Editora Gallimard, 2008.

FOUCAULT, Michel. As Palavras e as Coisas. Trad. Salma Thannus Muchail. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2007.

FOUCAULT, Michel. Qu'est que la Critique? [Critique et Aufklärung]. in Bulletin de la Société Française de Philosophie. Paris: Edição de Armand Colin, 1978, pp. 36-63.

GROULX, Richard. Existe uma ontologia em Foucault?, in Figuras de Foucault. Curitiba: Editora Autêntica, 2006, pp. 215-226.

KANT, Immanuel. O que é o Esclarecimento? Trad. Artur Mourão. Lisboa: free e-books, 1995.

LUKÁCS, György. Prolegômenos para uma ontologia do ser social. Trad. Lya Luft & Rodnei Nascimento. São Paulo: Editora Boitempo, 2010.

NEF, Frédéric. Traité d'ontologie pour les non-philosophes (et les philosophes). Paris: Editora Gallimard, 2009

NIETZSCHE, Friedrich. Ecce Homo. Trad. Marcelo Backes. Porto Alegre: Editora L&PM, 2003.

SARTRE, Jean-Paul. Jean-Paul Sartre Responde, in Estruturalismo Antologia de Textos Teóricos. Trad. Antônio Ramos Rosa. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1989, pp.125-138.

Downloads

Publicado

2012-06-14

Como Citar

FILHO, José Eduardo Pimentel. Kant e Foucault, da aufklärung à ontologia crítica. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 5, n. 1, p. 21–35, 2012. DOI: 10.31977/grirfi.v5i1.522. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/522. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos