Morte e finitude na filosofia de Martin Heidegger: uma intuição de sein und zeit ao pensamento da história do ser

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v13i1.687

Palavras-chave:

Morte; Finitude; Sein und Zeit; Heidegger.

Resumo

Pretendemos neste trabalho sustentar a ideia de que, seguindo um percurso que vai de Sein und Zeit aos textos mais tardios, a compreensão do pensar, especialmente tendo em conta a íntima relação desta compreensão com o conceito de existência, esteve caracterizada pela concepção de finitude. Assim, segundo esta hipótese, o pensamento da história do ser (Seinsgeschichtliches Denken) teria como meta revelar ao mesmo tempo o retraimento do ser que se opera por um pensar – chamemo-lo de “expropriador” – e a necessidade de se inaugurar um novo pensar, que é o que estaria em jogo na viragem (Kehre). Intuídos já em Sein und Zeit morte e finitude, firmar-se-iam como conceitos nucleares para a compreensão da importância, do alcance e da posteridade da filosofia heideggeriana.

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Biografia do Autor

José Reinaldo F. Martins Filho, Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC/GO)

Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiás – Brasil. Doutorando em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC/GO), Goiás – Brasil. Professor do Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás (IFITEG), Goiás – Brasil.

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Publicado

2016-06-18

Como Citar

FILHO, José Reinaldo F. Martins. Morte e finitude na filosofia de Martin Heidegger: uma intuição de sein und zeit ao pensamento da história do ser. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 238–256, 2016. DOI: 10.31977/grirfi.v13i1.687. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/687. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos