Pensamento ameríndio: cosmopolítica contra o etnocídio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v15i1.732

Palavras-chave:

Amerindian thought; Cosmopolitics; Ethnocide.

Resumo

Neste texto propõe-se primeiramente uma definição do conceito de Cosmopolítica, alertando para suas implicações filosóficas e epistêmicas, e em seguida empreende-se uma problematização da relação do pensamento ocidental com o pensamento ameríndio, a partir de alguns marcos históricos, jurídicos, teorias antropológicas e filosóficas; afim de construir uma janela para se pensar a densidade desta relação, índios e não-índios, na contemporaneidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gustavo Fontes, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Brasil. Pesquisador do SPECIES, Núcleo de antropologia especulativa.

Referências

AGANBEM, G. O reino e a glória : uma genealogia teológica da economia e do governo : homo sacer, II, 2 / Tradução Selvino J. Assmann. (Estado de sítio). São Paulo. Boitempo, 2011.

ALBERT, Bruce. "O ouro canibal e a queda do céu: uma crítica xamânica da economia política da natureza (yanomami)". In: B. Albert & A. Ramos (orgs.), Pacificando o branco: cosmologias do contato norte-amazônico. São Paulo: Unesp. pp. 239-270, 2002.

ANDRADE, O. Do pau Brasil a antropofagia e às utopias. Obras Completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.

ARISTÓTELES. A política. Traduzido por Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

ARISTÓTELES. Metafísica. Tradução de Giovanni Reale. Vol. II. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

CLASTRES, P. A sociedade contra o Estado. São Paulo: Cosac&Naif, 2013.

CLASTRES, P. A arqueologia da violência – pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac&Naif, 2004.

CLASTRES, H. Terra sem mal. 7ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1978.

RIBEIRO, DARCY. As américas e a civilização. Estudo de Antropologia da civilização. Rio de Janeiro. Ed. Vozes, 1977.

DUSSEL, E. Ética da libertação: na idade da globalização e da exclusão. Petrópolis: Vozes, 2002.

DUSSEL, E. Primitivismo e ciência do homem no Séc. XVIII. Discurso, 13: 187-208, 1980.

FAUSTO, C. Os índios antes do Brasil. Ed. Jorge Zahar. 4ª ed. Rio de Janeiro, 2010.

FAUSTO, C. Banquete de gente. In Revista Mana vol. 8 nº2. Rio de Janeiro, 2002.

FAUSTO, C. Cinco séculos de carne de vaca: antropofagia literal e literária. Canibalismo e diferença. In Antropofagia hoje? (Orgs) RUFFINELLI, J.; ROCHA, J. C. C. São Paulo: É Realizações. pp. 161-170, 2011.

GUTIÉRREZ, J. L. A controvérsia de Valladolid (1550): Aristóteles, os índios e a guerra justa. In REVISTA USP. São Paulo. n. 101. p. 223-235, 2014.

KEHL, Maria Rita. Comissão Nacional da Verdade. Relatório final. Texto 5. Violações dos Direitos humanos dos povos indígenas, 2014.

KELLY, José. Resenha: La chute du ciel: paroles d’un chaman yanomami. Revista de Antropologia da UFSCar, v.5, n.1, jan.-jun, p.172-187, 2013.

KOPENAWA, D., ALBERT, B. A queda do céu. São Paulo. Companhia das Letras, 2016.

Las Casas, Bartolomeu. Brevíssima relación de la destruición de las Indias ocidentales. Ou “O Paraíso Destruído”. Ed. L&PM Pocket. 2ª ed. Porto Alegre – RS, 1984.

LATOUR, B. Jamais fomos modernos. Ensaio de antropologia simétrica. 2ª ed. São Paulo. Ed. 34, 1994.

LATOUR, B. Guerre des mondes—offres de paix. Article préparé pour un volume spécial de l’UNESCO, 2015.

LATOUR, B. Para distinguir amigos e inimigos no tempo do Antropoceno. Revista de Antropologia, São Paulo, USP, v. 57 nº 1, 2014.

LÉRY, J. Viagem à terra do Brasil. 2ª ed. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, 1980.

LÉVI-STRAUSS. Pensamento selvagem. Campinas-SP. Ed. Papirus, 2008.

MONTAIGNE, M. “Dos Canibais”. In MONTAIGNE, M. Ensaios. São Paulo: Nova Cultural, 2004.

MUSSA, A. Meu destino é ser onça. 2ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2009.

NOCENTELLI-TRUET, C. Canibais devorados: Léry, Montaigne e identidades coletivas na França do século XVI. Canibalismo e diferença. Canibalismo e diferença. In (Orgs) RUFFINELLI, J.; ROCHA, J. C. C. Antropofagia hoje? São Paulo: É Realizações. pp.181-202, 2011.

PERRONE-MOISÈS, B. Índios livres e índios escravos: os princípios da legislação indigenista do período colonial (séculos XVI a XVIII). In História dos índios no Brasil, organização Manuela Carneiro da Cunha. São Paulo, Companhia das Letras, Secretaria Municipal de Cultura, FAPESP. pp. 115-132, 1992.

SILVA, José Afonso da. Parecer sobre o Marco Temporal. Registrado no Ministério Público Federal. Disponível em: http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/ccr6/documentos-epublicacoes/artigos/docs_artigos/jose-afonso-da-silva-parecer-maio-2016-1.pdf, 2016.

STADEN, Hans. Duas viagens ao Brasil. Ed. Itatiaia/Edusp. São Paulo, 1974.

STENGERZ, I. La propuesta cosmopolítica. Revista PLÉYADE. Julio-Diciembre. pp. 17-41, 2014.

STUTZMAN, R. O profeta e o principal: ação política ameríndia e seus personagens. Edusp. São Paulo- SP, 2002.

TIBLE, Jean. A antropofagia de Marx, in Revista Nada, numero 18 p. 30-51, 2014.

TIBLE, Jean. Cosmologias contra o capitalismo: Karl Marx e Davi Kopenawa, in Revista de Antropologia da UFSCar, v.5, n.2, jul.-dez., p.46-55, 2013.

TIBLE, Jean. Marx selvagem. São Paulo: Editora Annablume, 2013.

Ribeiro, Darcy. As américas e a civilização: estudo de Antropologia da civilização. Ed. Vozes. Rio de Janeiro - RJ. 1977.

VIVEIROS CASTRO. E. A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac&Naify, 2002.

VIVEIROS CASTRO. E. Araweté: os deuses canibais. 5ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.

VIVEIROS CASTRO. E. Transformação da antropologia, transformação na antropologia; In Revista Mana, vol.18 nº1 Rio de Janeiro, 2012.

VIVEIROS CASTRO. E. A propriedade do conceito. ANPOCS 2001 / ST 23: Uma notável reviravolta: antropologia (brasileira) e filosofia (indígena), 2001.

WAGNER, R. A invenção da cultura. Tradução: Marcela Coelho de Souza e Alexandre Morales. São Paulo. Cosac&Naify, 2012.

Downloads

Publicado

2017-06-18

Como Citar

FONTES, Gustavo. Pensamento ameríndio: cosmopolítica contra o etnocídio. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 15, n. 1, p. 391–417, 2017. DOI: 10.31977/grirfi.v15i1.732. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/732. Acesso em: 24 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos