A obra de arte como objeto comum

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v15i1.737

Palavras-chave:

História da Arte; Arte Moderna;Walter Benjamin.

Resumo

O objetivo deste artigo é relacionar o ready-made de Duchamp – uma obra de arte que é idêntica a um objeto comum – com a história da arte que o precedeu e entender de que modo sua ruptura radical já estava dentro dessa história. Inicio com uma introdução ao e interpretação do ready-made. Em seguida, me respaldando em Gombrich, Greenberg e outros, examino os três tipos de arte na história propostos por Peter Bürger, focando na questão da realidade/irrealidade da obra, aos poucos me aproximando da relação da obra com seu caráter de objeto. Meu ponto principal é que a bidimensionalidade do quadro reforça a existência da tela (ou do suporte em questão) e assim também a relação de sua experiência com o mundo concreto em que o quadro se encontra, em contraposição a ilusão dramática do quadro tridimensional. A seguir, examino os impressionistas, onde se inicia um movimento de encontro à realidade da tela, que se radicaliza depois em variadas vertentes do modernismo, onde se encontra Duchamp. Tendo feito este percurso, examino o conceito de vanguarda de Bürger e sua relação com o que ele chama de práxis vital, o mundo fora do quadro ilusionista, que explico através da ideia de distração de Walter Benjamin. Aqui, sugiro pensar o ready-made como uma proposta de transposição da arte e sua teoria ao mundo "não-artístico" das coisas comuns.

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Biografia do Autor

Filipe Ferreira Pires Völz, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil. Bolsista CNPq.

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Publicado

2017-06-18

Como Citar

VöLZ, Filipe Ferreira Pires. A obra de arte como objeto comum. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 15, n. 1, p. 301–323, 2017. DOI: 10.31977/grirfi.v15i1.737. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/737. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos