É possível ver imagens? (ou do porquê van Fraassen deveria rever a sua abordagem em relação a elas)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v18i2.976

Palavras-chave:

Alucinações públicas; Empirismo construtivo; Imagens; Observação; Van Fraassen.

Resumo

Em seu último livro (2008), Bas van Fraassen, o fundador do empirismo construtivo, propôs uma categorização das imagens em forma de tabela. O intuito dele, todavia, era discutir da realidade daquilo que essas representam e não enfrentar a questão das imagens em si. Uma das consequências é que permaneceu em aberto saber o que seriam, então, aquelas imagens que o filósofo holandês chama de alucinações públicas – reflexos na água, miragens no deserto, arco-íris, etc. Neste artigo será defendido que somente deveriam ser consideradas como imagens aquelas que o são no sentido relevante (representacional) e que, por essa e outras razões, a tabela de van Fraassen deveria ser corrigida. Ademais, como a física nos ensina, a classe das imagens que têm esse nome, mas que na verdade são objetos, é mais ampla do que van Fraassen pensa(va). O conjunto dos objetos que podem ser observados não contém somente coisas concretas, mas vai além daquilo que o ‘realismo do senso comum’ sugere. Além de pedras, oceanos, bicicletas, podemos ver também arco-íris, reflexos na água e fenômenos similares.

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Biografia do Autor

Alessio Gava, Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR)

Doutor em Lógica e Filosofia da Ciência pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte – MG, Brasil. Professor da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), Apucarana – PR, Brasil.

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Publicado

2018-12-16

Como Citar

GAVA, Alessio. É possível ver imagens? (ou do porquê van Fraassen deveria rever a sua abordagem em relação a elas). Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 18, n. 2, p. 143–160, 2018. DOI: 10.31977/grirfi.v18i2.976. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/976. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos