A fala e a escrita na concepção de linguagem de Rousseau

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v19i2.987

Palavras-chave:

Rousseau; Musica; Língua; Escrita.

Resumo

A história da linguagem adquire ao longo do Ensaio sobre a origem das línguas o andamento de uma queda acelerada na corrupção. Há uma língua primitiva que se degenera e se altera: um processo de formação e uma deformação. À medida que Rousseau identifica em suas reflexões – seja na origem seja na estrutura – música e linguagem, a perda de força expressiva que se verifica nas línguas acomete também a música e estas duas corrupções caminham juntas, de modo que ambas se afastam da língua musicada ou da palavra cantada do início. A corrupção da música e das línguas corresponde ao apagamento de sua potência expressiva e refere-se a uma autonomização da harmonia artificial, ao aumento das consoantes, das articulações, da racionalidade, da prática da escrita, bem como ao desenvolvimento histórico, político, econômico e social. Todos estes processos devem ser levados em consideração numa análise sobre as línguas e a linguagem. Todavia, é possível isolar metodologicamente cada um deles. Dito isto, propomos neste artigo investigar o papel da escrita no processo de corrupção e degeneração das línguas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mauro Dela Bandera Arco Júnior, Universidade de São Paulo (USP)

Doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), São Paulo – SP, Brasil.

Referências

DERRIDA, Jacques. De la Grammatologie. Paris: Éditions de Minuit, 1967a.

DERRIDA, Jacques. “La linguistique de Rousseau”. In: Revue Internationale de Philosophie, Bruxelles, n. 82, 1967b.

DERRIDA, Jacques. Margens da filosofia. Tradução Joaquim Torres Costa, Antônio M. Magalhães. Campinas: Papirus, 1991.

DROUIN, Jean-Marc. L’herbier des philosophes. Paris: Seuil, 2008.

LAUNAY, Michel. “Préface”. In: BOURDIN, Dominique. Essai sur L’Essai sur origine des langues de Jean-Jacques Rousseau: pour une approche pragmatique du texte. Editions Slatkine: Genève – Paris 1994.

LAUNAY, Michel. “Préface”. In: BOURDIN, Dominique / Launay, Michel. Index-concordance de l’“Essai sur l’origine des langues” de J.-J. Rousseau. Genève-Paris: Editions Slatkine, 1989.

MANN, Thomas. Doutor Fausto. Tradução Herbert Caro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

PALÁCIOS, Patricia. “Sources de la théorie du langage chez Jean-Jacques Rousseau”. In: Études Jean-Jacques Rousseau XVI, “Langues de Rousseau”. Montmorency: Musée Jean-Jacques Rousseau, 2005-2006.

PRADO JÚNIOR, Bento. A retórica de Rousseau e outros ensaios. Tradução de Cristina Prado. São Paulo: Cosac Naify, 2008.

RIBEIRO, Lucas Mello Carvalho. Um homem em toda a verdade da natureza: linguagem e escrita de si em Jean-Jacques Rousseau. Belo Horizonte: UFMG. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. 2011.

ROUSSEAU. Œuvres Complètes de Jean-Jacques Rousseau. Ed. Bernard Gagnebin e Marcel Raymond. Paris: Gallimard, 1959-1995. 5 volumes. (Col. Bibliothèque de la Pléiade).

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. Tradução de Antônio Chelini, José Paulo Paez, Izidoro Blikstein. São Paulo: Editora Cultrix, 1995.

Downloads

Publicado

2019-06-13

Como Citar

ARCO JÚNIOR, Mauro Dela Bandera. A fala e a escrita na concepção de linguagem de Rousseau. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 19, n. 2, p. 41–50, 2019. DOI: 10.31977/grirfi.v19i2.987. Disponível em: https://periodicos.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/987. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos