Do Jardim do Éden ao martírio do estado civil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v14i2.727

Palavras-chave:

J.-J. Rousseau; Estado natural; Cristianismo.

Resumo

Sem a ambição de expor todas as aproximações e contradições entre o Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, de Jean Jacques Rousseau, e o Livro da Gênesis Bíblica, o presente texto tem por finalidade realizar um estudo comparativo entre essas duas obras, visando propor uma reflexão em torno do mito do jardim do Éden, assim como se encontra exposta tal história na Bíblia, em contraponto com a obra do iluminista Jean-Jacques, ressaltando os elementos de identificação, a proposição do sujeito autônomo sem valer-se do princípio de autoridade além dos limites da racionalidade. Se Rousseau foi leitor assíduo da Bíblia, isso não significa a exigência de uma discussão sobre a fundamentação dogmática e transcendental quando se discute a tentativa de definição das origens do ser humano. Tal proposta desperta teses e argumentos em torno das afinidades e distanciamentos entre o estado de natureza e as origens bíblicas. Assim, pretende-se responder se Rousseau efetivamente propõe um ponto de vista racional/naturalista dos sentimentos cristãos, servindo-se do tema para estabelecer suas duras críticas à religião e suas práticas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Genildo Ferreira da Silva, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Doutor em filosofia e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Bahia – Brasil.

Referências

Bíblia Sagrada. São Paulo: Editora Vida, 1984.

BERGIER, Nicolas (1981). Le Déisme réfuté par lui-même ou Examen, en forme de lettres, des principes d'incrédulité répandus dans les divers ouvrages de M. Rousseau. Paris: J. Vrin.

CASSIRER, Ernst. (1992). A filosofia do iluminismo. Campinas: Editora da Unicamp.

COTONI, Marie-Hélene (1984). L’exégese du nouveau testament dans la philosophie française do dix-huitiéme siécle. Oxford: The Voltaire Foundation.

COTONI, Marie-Hélene (1986). “Voltaire, Rousseau, Diderot” In: BELAVAL, Yvon & BOUREL, D. Le siècle des Lumières et la Bible. Paris: Beauchesne.

COTTRET, Bernard (1990). Le Christ des lumières. Jesus de Newton à Voltaire. Paris: Les Éditions du CERF.

YENNAH, Robert (1999). “Rousseau lecteur de la Bible”. In: L'AMINOT, Tanguy (dir.). Jean-Jacques Rousseau et la lecture/ouvrage collectif réalisé par l'Equipe Rousseau (U.M.R. 85-99 de l'Université de Paris IV). (Studies on Voltaire and the eighteenth century), v. 369, Banbury: The Voltaire Foundation, p. 93-105.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. (1978) Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. In: Coleção Os Pensadores. Trad.: Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova Cultural.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. (2006) Cartas escritas da montanha. Trad.: Maria Contança P. Pissarra e Maria das G. de Souza. São Paulo: EDUC: UNESP.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. 2008) Confissões. Trad.: Raquel de Queiroz e José B. Pinto. Bauru, SP: EDIPRO.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. (1995) Emílio ou da educação. Trad.: Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fontes.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. (2005a) Carta a Beaumont. In: Carta a Christophe de Beaumont e outros escritos sobre a religião e a moral. Organização, tradução e notas José Oscar A. Marques et al. São Paulo: Estação Liberdade.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. (2005b) Carta de J.-J. Rousseau ao Senhor de Voltaire,. In: Carta a Christophe de Beaumont e outros escritos sobre a religião e a moral. Organização, tradução e notas José Oscar A. Paulo: Estação Liberdade.

STAROBINSKI, Jean (1991). Jean-Jacques Rousseau: a transparência e o obstáculo; seguido de sete ensaios sobre Rousseau. Trad. Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras.

VICKERMANN-RIBÉMONT, G. (2014) Adam et Ève et la pensée des Lumières: entre fondement du droit et questionnement du mythe. Presses universitaires Blaise Pascal.

Downloads

Publicado

2016-12-18

Como Citar

SILVA, Genildo Ferreira da. Do Jardim do Éden ao martírio do estado civil. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 14, n. 2, p. 36–47, 2016. DOI: 10.31977/grirfi.v14i2.727. Disponível em: https://www3.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/727. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos