Nietzsche sobre o dionisíaco e a conexão humano-natureza

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v24i3.4912

Palabras clave:

Dionisíaco; Natureza; Cultura; Humano; Arte; Tragédia.

Resumen

Este artigo explora a interrelação entre o impulso artístico dionisíaco, a natureza humana e a cultura grega na obra de juventude de Friedrich Nietzsche (1844-1900). Com foco na relevância da conexão humano-natureza, aponta-se a concepção antropológica do pensamento trágico antigo e o reconhecimento do papel dos instintos na produção da arte trágica. O impulso artístico dionisíaco, associado por Nietzsche à pulsão vital de criação e destruição, apresenta, na celebração da reconciliação do humano com a natureza, aspectos existenciais fundamentais à humanidade que foram deixados de lado pela tradição ocidental. Em sua dimensão artística, o dionisíaco se expressa também como instinto, promovendo uma ligação corporal e espiritual, por meio da qual o artista trágico se torna obra de arte. Em sua dimensão vital, o dionisíaco promove a dissolução da subjetividade do indivíduo, remetendo-o à sua natureza primordial e à reconexão com a animalidade. A negação desses elementos artísticos pelo espírito socrático levou ao esquecimento da própria natureza humana, resultando na distorção da criação artística e, consequentemente, no declínio da tragédia. Nesse contexto, a proposta socrática de abnegação da natureza instintiva em favor da vida intelectual é contrastada por Nietzsche, que, através da perspectiva trágica, argumenta que o ser humano não supera sua natureza animal, mas permanece subjugado a ela, em uma conexão com a animalidade, posicionando-se assim no debate antropológico em contraposição à tradição filosófica iniciada por Sócrates.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Matheus Becari Dias, Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Doutorando(a) em Filosofia na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina – PR, Brasil.

Citas

BARROS, Marcio Benchimol. Apolo e Dionisio: arte, filosofia e crítica da cultura no primeiro Nietzsche. 1999. 164 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP.

DERRIDA, Jacques. Gramatologia. Tradução de Miriam Schnaiderman e Renato Janini Ribeiro. São Paulo: Perspectiva, 1973.

DERRIDA, Jacques. O animal que logo sou. Tradução Fábio Landa. São Paulo: Editora UNESP, 2002.

GIACOIA JÚNIOR, Oswaldo. Nietzsche. São Paulo: Publifolha, 2000.

GUERREIRO, Maria João Isidro. O homem e a sua animalidade: Considerações sobre a afirmação do instinto e da vida na filosofia de Nietzsche. 2012. 64 p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal.

MACHADO, Roberto. Nietzsche e a verdade. Rio de janeiro: Editora Rocco Ltda, 1984

MACHADO, Roberto. Arte, ciência, filosofia. In: MACHADO, Roberto. Nietzsche e a polêmica sobre o nascimento da tragédia. Zahar, 2005.

NIETZSCHE, Friedrich. A visão dionisíaca do mundo In: NIETZSCHE, Friedrich. A visão dionisíaca do mundo. Tradução de Maria Cristina dos Santos de Souza e Marcos Sinésio Pereira Fernandes, São Paulo: Martins Fontes, 2005.

NIETZSCHE, Friedrich. Ecce homo: como alguém se torna o que é. Trad. Paulo Cesar Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia ou Helenismo e Pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

NIETZSCHE, Friedrich. Sócrates e a Tragédia. In: NIETZSCHE, Friedrich. A visão dionisíaca do mundo. Tradução de Maria Cristina dos Santos de Souza e Marcos Sinésio Pereira Fernandes, São Paulo: Martins Fontes, 2005.

SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e como representação. Tomo I. Tradução de Jair Barboza. São Paulo: Editora UNESP, 2005.

WEBER, Jose Fernandes. Arte, ciência e cultura nos primeiros escritos de Nietzsche. 2003. 123 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP.

Publicado

2024-11-01

Cómo citar

BECARI DIAS, Matheus. Nietzsche sobre o dionisíaco e a conexão humano-natureza. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 24, n. 3, p. 138–149, 2024. DOI: 10.31977/grirfi.v24i3.4912. Disponível em: https://www3.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/4912. Acesso em: 21 nov. 2024.

Número

Sección

artículos