O que houve com o sujeito histórico na arqueologia de Michel Foucault? um debate com Sartre e a tradição

Autores/as

  • Tiago Hercílio Baltazar Universidade Federal do Paraná (UFPR)

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v5i1.514

Palabras clave:

História; Sujeito; Arqueologia.

Resumen

Jean-Paul Sartre e Michel Foucault travaram acirrado debate em torno de suas concepções acerca do que é a História. No presente artigo examinaremos o debate entre esses dois autores privilegiando as contribuições que fizeram a partir de suas obras principais nos anos 60.  Na Crítica da Razão Dialética Sartre explicita uma noção de História que tem como perspectiva geral a superação e a transformação de estruturas pela práxis humana, determinando assim um lugar fundamental para a atividade do sujeito e de sua consciência na história entendida como processo de totalização dialética. Por outro lado, em As Palavras e as Coisas e em A Arqueologia do Saber, Foucault inscreve sua arqueologia no contexto mais geral de uma mutação epistemológica da história. Seu objetivo é defender uma prática metodológica nova, desfazendo as sujeições antropológicas que, nas suas palavras, permeiam uma concepção obsoleta de história. A partir daí compreende-se sua preocupação em desconstruir uma determinada relação entre dialética-humanismo-história como forjadora de uma “grande evolução contínua e homogênea” para onde tudo converge. Investigando em que medida esta arqueologia esteve voltada para uma contraposição com a noção de história que tem o homem como garantia, isto é, um sujeito que faz a história e garante sua continuidade, veremos que o projeto sartreano de desalienação do homem encontra seu limite, em Foucault, na forma de um projeto de historicização que visa reduzir o lugar desse sujeito transcendental. Finalmente, esses deslocamentos tornam patentes novas possibilidades para se pensar a relação entre história e filosofia.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Tiago Hercílio Baltazar, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Mestrando em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Paraná – Brasil.

Citas

DELEUZE, Gilles. Foucault. Trad. Claudia Sant’Anna Martins. 1º ed. São Paulo: Brasiliense, 2005.

DREYFUS, Hubert & RABINOW, Paul. Michel Foucault, uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Trad. Vera Porto Carrero. 1º ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade: o uso dos prazeres. Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque. 8º ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1984.

FOUCAULT, Michel. O nascimento da clínica. Trad. Roberto Machado. 4º ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1994.

FOUCAULT, Michel. Dits et écrits. Vol I. Paris: Éditions Gallimard, 2001.

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. Trad. Salma Tannus Muchail. 8º ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

FOUCAULT, Michel. Ditos e escritos, vol. II. Trad. Elisa Monteiro. 2º ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. 7º ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.

FOUCAULT, Michel. LEBRUN, Gerard. Note sur la phénoménologie dans Les mots et les choses. in Michel Foucault Philosophe, Rencontre Internationale, Janvier 1988. Paris: Seuil, 1989, p. 33-53.

SARTRE, Jean-Paul. Questão de método. In: Col. Os Pensadores. Trad. Bento Prado Jr. São Paulo: Abril Cultural, 1978, pp. 115-197.

SARTRE, Jean-Paul. Sartre no Brasil: A Conferência de Araraquara: filosofia marxista e ideologia existencialista. Trad. Luiz Roberto Salinas Fortes. 2º ed. São Paulo: Paz e Terra: UNESP, 1987.

SARTRE, Jean-Paul. Jean-Paul Sartre répond. In: Revue L’Arc, Paris: Duponchelle, 1990.

SARTRE, Jean-Paul. Crítica da razão dialética. Trad. Guilherme João de Freitas Teixeira. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2002.

Publicado

2012-06-14

Cómo citar

BALTAZAR, Tiago Hercílio. O que houve com o sujeito histórico na arqueologia de Michel Foucault? um debate com Sartre e a tradição. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 5, n. 1, p. 141–153, 2012. DOI: 10.31977/grirfi.v5i1.514. Disponível em: https://www3.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/514. Acesso em: 22 dic. 2024.

Número

Sección

artículos