A objetificação do instrumento: lendo a viravolta heideggeriana a partir da crítica à metafísica

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.31977/grirfi.v12i2.664

Palabras clave:

Martin Heidegger; Metafísica; Modernidade; Viravolta; Ser e Tempo.

Resumen

Este trabalho pretende desenvolver um breve confronto com Ser e Tempo a partir do conceito de instrumento [Zeug], cuja análise deve contribuir para a articulação de uma leitura quanto ao sentido da Viravolta [die Kehre] heideggeriana dos anos 30. Nossa proposta é a de desvelar o caráter metafísico de Ser e Tempo a partir do diagnóstico de um modo de relacionamento exclusivamente pragmático e instrumental com as coisas de nosso cotidiano, o qual incorre em última análise no problema da objetificação. Para esse diagnóstico, devemos manter como horizonte o próprio projeto heideggeriano de crítica à metafísica: a constatação da objetificação da coisa enquanto instrumento é tornada possível a partir da segunda fase do pensamento heideggeriano (inaugurada pela Viravolta), onde a crítica da metafísica é articulada como história do esquecimento do Ser. Neste momento, a análise das bases metafísicas da Modernidade revela uma postura específica a partir da qual o sujeito moderno teria se orientado pela dominação do ente, uma mesma postura a ser identificada na análise do instrumento em Ser e Tempo. Assim, segundo uma leitura imanente ao pensamento heideggeriano, porque orientada pela continuidade de seu projeto crítico, podemos entender a Viravolta como um aprofundamento da tarefa de superação da metafísica, cuja exigência trata de ultrapassar tanto o relacionamento objetificado com as coisas de nossos mundos cotidianos como a postura moderna de dominação.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Sabrina Ruggeri, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Mestranda em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Rio Grande do Sul – Brasil. Bolsista CNPq.

Citas

EDWARDS, James C. Poetic dwelling on the earth as a mortal. In: DREYFUS, H; WRATHALL, M. (Ed.). Heidegger reexamined: art, poetry, and technology. Vol. 3. New York; London: Routledge, 2002, p. 105-148.

GIACOIA JUNIOR, Oswaldo. Heidegger urgente: introdução a um novo pensar. São Paulo: Três Estrelas, 2013.

HEIDEGGER, Martin. A época da imagem de mundo. Tradução de Paulo Rudi Schneider. In: SCHNEIDER, P. R. O outro pensar: sobre que significa pensar? e a época da imagem de mundo, de Heidegger. Ijuí: Ed. Unijuí, 2005, p. 191-232.

HEIDEGGER, Martin. Discourse on thinking. Tradução de John M. Anderson e E. Hans Freund. New York: Harper and Row, 1966.

HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Márcia Sá Cavalcante Schuback. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2010.

HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Tradução de Fausto Castilho. Campinas, SP: Editora da Unicamp; Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2012.

HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Lisboa: Instituto Piaget, 2002.

HEIDEGGER, Martin. Sobre o humanismo. In:____. Conferências e escritos filosóficos. Tradução de Ernildo Stein. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 147-175.

STEIN, Ernildo. Pensar é pensar a diferença: filosofia e conhecimento empírico. 2. ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2006.

Publicado

2015-12-18

Cómo citar

RUGGERI, Sabrina. A objetificação do instrumento: lendo a viravolta heideggeriana a partir da crítica à metafísica. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 12, n. 2, p. 146–159, 2015. DOI: 10.31977/grirfi.v12i2.664. Disponível em: https://www3.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/664. Acesso em: 22 dic. 2024.

Número

Sección

artículos