Ressentimento e vingança: conservação e desagregação do espaço político em Arendt

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DOI :

https://doi.org/10.31977/grirfi.v20i2.1756

Mots-clés :

Espaço público; Hannah Arendt; Política; Perdão; Promessa; Ressentimento.

Résumé

O espaço público é palco para os mais variados conflitos, resultando, em certos casos, em violência. Entretanto, é nesse espaço que os homens experimentam a liberdade, expressando-se frente à pluralidade de opiniões. Por ser um espaço para a livre expressão, nem sempre nossas ações e opiniões são recebidas sem contrariedade, despertando sentimentos rancorosos. Seguindo o pensamento de Arendt, o espaço público é a arena em que todos devem se manifestar espontaneamente, evidenciando-se a partir de sua singularidade diante da pluralidade que caracteriza a comunidade. Por ser um espaço de manifestação do indivíduo, pautado pela liberdade e pluralidade, a ação é irreversível e imprevisível, possibilitando um ciclo de mal-entendidos e violência. Por conseguinte, não há como impedir que emoções conflitantes sejam alimentadas do prejuízo originado da ação política. Segundo Arendt, ressentimentos são estados emocionais peculiares ao ser humano, facilitando o entendimento comum e a convivência. Assim, o ressentimento pode conduzir a atos contra a injustiça, com a punição e o perdão, possibilitando um novo começo. Contudo, há atos que não se coadunam com o perdão, como os crimes perpetrados pelo nazismo, cuja relação estabelecida entre os homens não era humana. Diante do absurdo da situação, sobre a qual não há como julgar, o perdão não tem lugar, fechando as portas para um novo começo. Enfim, este texto pretende explorar o papel do ressentimento enquanto fator que possibilita a sobrevivência do espaço público, mas que também pode conduzir à sua destruição.

 

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Biographie de l'auteur

Ricardo Gião Bortolotti, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP)

Doutor pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), São Paulo – SP, Brasil. Professor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Assis – SP, Brasil.

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Publiée

2020-06-12

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BORTOLOTTI, Ricardo Gião. Ressentimento e vingança: conservação e desagregação do espaço político em Arendt. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 20, n. 2, p. 360–379, 2020. DOI: 10.31977/grirfi.v20i2.1756. Disponível em: https://www3.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/1756. Acesso em: 22 déc. 2024.

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