Educação, resistência e politização: sobre o sentido da educação na literatura indígena brasileira contemporâ-nea

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DOI :

https://doi.org/10.31977/grirfi.v20i3.1891

Mots-clés :

Educação; Movimento Indígena; Literatura Indígena; Resistência; Politização

Résumé

Argumentamos, no artigo, a partir de uma análise sistemática da produção literária de escritores/as indígenas brasileiros/as, que, desde a segunda metade do século XX, os povos indígenas passaram a afirmar a e a utilizar-se da esfera pública, sob a forma de ativismo, de militância e de engajamento, enquanto a estratégia e o lugar por excelência para a tematização da questão indígena no país, como forma de reação a processos de expansão socioeconômica e de negação político-cultural que punham em xeque a sua própria existência, bem como em termos de recusa seja do paternalismo tecnocrático, seja da ideia de responsabilidade relativa a eles impostos. Com o objetivo de consolidarem-se como sujeitos público-políticos atuantes, eles optaram pela educação escolar e pela apropriação de ferramentas epistemológicas e técnicas digitais que lhes permitissem inserir-se na socialização nacional, modernizar-se política, cultural e epistemologicamente para, com isso, dinamizar uma perspectiva de crítica de nossa modernização conservadora a partir da auto-organização comunitária interna e desde a construção de uma rede de interação entre as nações indígenas. Rompe-se, por meio disso, com a imagem produzida cultural e normativamente pela colonização do/a índio/a selvagem, rude e bárbaro/a, confinado/a ao mais recôndito de nossas matas, incapaz de civilização; e, em seu lugar, consolida-se exatamente esse/a indígena socializado/a, modernizado/a, no pleno uso de sua cidadania política, produzindo e publicizando conhecimento, cultura e arte próprias. Da apropriação da educação escolar e dessas ferramentas e técnicas epistemológico-digitais passa-se, portanto, a uma postura ativista, militante e engajada na esfera pública, política e cultural, por meio da correlação de Movimento Indígena e de literatura indígena, em que a promoção da singularidade étnico-antropológica está na base da própria crítica à modernidade constituída e realizada pelos povos indígenas, seus/as intelectuais e escritores/as.

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Leno Francisco Danner, Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre – RS, Brasil. Professor da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Porto Velho – RO, Brasil

Julie Dorrico, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Doutoranda na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre – RS, Brasil.

Fernando Danner, Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre – RS, Brasil. Professor da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Porto Velho – RO, Brasil.

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Publiée

2020-10-20

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DANNER, Leno Francisco; DORRICO, Julie; DANNER, Fernando. Educação, resistência e politização: sobre o sentido da educação na literatura indígena brasileira contemporâ-nea. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 20, n. 3, p. 211–228, 2020. DOI: 10.31977/grirfi.v20i3.1891. Disponível em: https://www3.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/1891. Acesso em: 22 déc. 2024.

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