Kojève, Lacan e a Formação do eu

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DOI :

https://doi.org/10.31977/grirfi.v22i1.2552

Mots-clés :

Hegel; Kojève; Lacan; Desejo; Imaginário; Estádio do espelho.

Résumé

Tomando como base interpretativa a Fenomenologia do espírito, de Hegel, Alexandre Kojève empreende uma teoria da “antropogênese” que aloca a constituição da consciência de si num campo marcadamente histórico e social, centrada notadamente na “dialética do senhor e do escravo”. Mais do que isso, esta emerge numa esfera tomada pela conflitualidade própria ao operador central da socialização, o desejo, que é sempre, em último caso, desejo de reconhecimento. Atento a esta leitura, na senda do desenvolvimento de sua teoria do imaginário, Lacan lançava-se no encalço da necessidade de realocar certos pontos da teoria freudiana da constituição do Eu, visando contornar o suposto “biologismo” de Freud (presente, sobretudo, em sua teoria da “pulsão de morte”) ao destacar a dependência fundamental da instância do outro no processo de “hominização”, no qual a “agressividade” ocupa um papel inerente. Se os projetos de Kojève e Lacan apresentam inegáveis convergências, cumpre, no entanto, melhor compreendê-las, bem como estabelecer a singularidade de seus distanciamentos, inflexões e objetivos.

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Biographie de l'auteur

Anderson Aparecido Lima da Silva, Instituto Federal de São Paulo (IFSP)

Doutor(a) em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), São Paulo – SP, Brasil. Professor(a) do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Jacareí – SP, Brasil.

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Publiée

2022-02-27

Comment citer

LIMA DA SILVA, Anderson Aparecido. Kojève, Lacan e a Formação do eu. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 22, n. 1, p. 68–84, 2022. DOI: 10.31977/grirfi.v22i1.2552. Disponível em: https://www3.ufrb.edu.br/index.php/griot/article/view/2552. Acesso em: 22 déc. 2024.

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