O humano, a linguagem, o mundo e o livro em Heidegger e Calvino: uma breve compreensão
DOI :
https://doi.org/10.31977/grirfi.v24i1.3568Mots-clés :
Livro; Mundo; Linguagem; Martin Heidegger; Ítalo Calvino.Résumé
O Dasein é um ente que se compreende como ser-no-mundo, em que “mundo” refere-se ao contexto referencial de significados. Nesse contexto encontram-se os ambientes onde o ente humano como historicamente constituído se relaciona com outros entes, dentre eles o ente chamado de “livro” que pode significar mais que um mero instrumento em sua instrumentalidade (Zuhandenheit), mas ser esse ente “o livro da minha infância”, “da adolescência”, etc, desvelando sua livracidade no “para quê é lido”. O livro fala porque o ente que o escreveu, o Dasein-autor, é possuidor da linguagem assim como o Dasein-leitor que se relaciona com a obra. Calvino afirma que o livro, como um autorretrato do autor apresenta um mundo escrito que tem como fonte o mundo não escrito, isto é, a realidade que é mais surpreendente e assustadora que o que se encontra no livro. A relação da literatura com a filosofia que, outrora, era de adversários, tem mudado com a tentativa dos escritores em conciliar ambos os movimentos, incluindo mais um elemento em uma tríplice relação – Ciência – Filosofia – Literatura. Assim como o ente humano, o livro tem atravessado por mudanças significativas, como a ascensão dos livros digitais. A proposta do artigo é compreender esses aspectos e interpretar filosoficamente alguns trechos de obras mundialmente conhecidas.
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