Avaliação atmosférica de cádmio no distrito industrial da cidade de Rio grande através do Sphagnum recurvum P. Beauv.

Autores

  • Ariadne Ribeiro Henriques Universidade Federal de Lavras
  • Pedro José Sanches-Filho Instituto Federal de Educação

Resumo

Resumo: A cidade de Rio Grande RS - Brasil possui uma região portuária fortemente industrializada
composta principalmente por indústrias de fertilizantes e uma refinaria de petróleo. Consequentemente
desde a última década o nível de poluição do município vem sendo classificado como crítico. Cádmio é um
metal pesado prejudicial ao ambiente e a saúde humana que possui como fonte de contaminação
antropogênica indireta as indústrias petroquímicas, portanto a investigação dos níveis de cádmio no
município é de extrema importância. Este experimento consiste na avaliação das condições aéreas do
distrito industrial do município de Rio Grande, utilizando o musgo Sphagnum recurvum P. Beauv. como
bioindicador de cádmio no meio ambiente. Conforme o método “moss-bag”, saquinhos de nylon contendo
30g de musg foram tratados e distribuídos em três pontos de monitoramentos na zona industrial. A
contaminação aérea por cádmio bem como fatores climáticos tais como, temperatura, precipitação, direção
e velocidade dos ventos, que apresentam relação direta com a dispersão e deposição do poluente, foram
avaliados durante trinta dias. Após o período de exposição, o material vegetal foi digerido em solução ácida
e os níveis de cádmio no musgo medidos através do Espectrômetro de Absorção Atômica de Chama. Este
estudo confirmou a presença elevada de cádmio em duas estações de monitoramento que acumularam,
respectivamente, 4,16 e 1,47 mg Cd/Kg, valores considerados prejudiciais para o meio ambiente e para
saúde humana.
Palavras chave: Biomonitor, Metal pesado, Qualidade do ar.

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Publicado

2015-04-01

Como Citar

Henriques, A. R., & Sanches-Filho, P. J. (2015). Avaliação atmosférica de cádmio no distrito industrial da cidade de Rio grande através do Sphagnum recurvum P. Beauv. MAGISTRA, 27(2), 281–291. Recuperado de https://www3.ufrb.edu.br/index.php/magistra/article/view/3918

Edição

Seção

Comunicação Científica