Os caminhos de Schopenhauer em direção às origens sensualistas
DOI :
https://doi.org/10.31977/grirfi.v25i1.5039Mots-clés :
Schopenhauer; Sensualismo; Pestalozzi; Educação.Résumé
Este artigo tem como objetivo demonstrar as raízes filosóficas de Arthur Schopenhauer no movimento sensualista. Para tanto, proponho afastá-lo das alegações de uma influência irrestrita do Romantismo, sem, contudo, descartar o influxo desse movimento, que reflete o espírito de sua época. O foco é aproximar o filósofo alemão de um dos movimentos que, embora menor, impulsionou o período romântico: o Sensualismo. Esse movimento, que atribui todas as funções da alma e, por conseguinte, todo o conhecimento às sensações, como exposto no Tratado das Sensações, de Étienne Bonnot de Condillac — frequentemente apontado como precursor do sensualismo — exerceu grande influência sobre filósofos franceses, entre os quais se destacam alguns de seus alunos e discípulos, que mais tarde buscaram expandir e aprimorar essa doutrina. A hipótese de uma influência sensualista em Schopenhauer será sustentada por meio de duas teses: 1) a transição entre intelecto e vontade, apresentada em sua obra magna, O Mundo como Vontade e Representação, que será relacionada à fisiologia francesa; e 2) seu breve tratado sobre educação, exposto em Parerga e Paralipomena, que será associado à pedagogia de Johann Pestalozzi.
Téléchargements
Références
ALMEIDA, Tiago Santos. Schopenhauer e a fisiologia. Revista Voluntas: Estudos sobre Schopenhauer, Santa Maria, 2019, v. 10, n. 2, pp. 71-81. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2179378638273. Acesso em 14 de jun. 2024.
ALMEIDA-FILHO, Naomar. O legado de Cabanis: hipótese sobre raízes da educação médica no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2017, v 33, n. 7, pp. 1-15. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00206416. Acesso em 21 de set. 2024.
BARROS, Márcio Benchimol. A casca em si: sobre a relação entre a filosofia da música de Schopenhauer e o pensamento musical romântico. Revista Voluntas: Estudos sobre Schopenhauer, Santa Maria, 2015, vol. 6, nº 2, 2º semestre de 2015, pp. 30-53. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2179378633790. Acesso em 25 de ago. 2024.
BEZERRA, Gustavo Cunha. Sensualismo e Antimaterialismo em Rousseau. Trans/Form/Ação, Marília, v. 39, n. 3, pp. 39-58, jul./set., 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-31732016000300004. Acesso em 01 de set. 2024.
CACCIOLA, Maria Lúcia. Schopenhauer é um verdadeiro discípulo de Kant? Revista de Filosofia Aurora, Curitiba, v. 30, n. 49, pp. 8-17, jan./abr. 2018. Disponível em: http://dx.doi.org/10.7213/1980-5934.30.049.PR01 Acesso em 18 mai. 2024.
CASTRO, Clara Carnicero de. Marquês de Sade: o sensualismo em sua forma máxima. Cadernos de Ética e Filosofia Política, São Paulo, v. 15, n. 2, 2019, pp. 85-103. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/cefp/article/view/82609. Acesso em: 31 de mai. 2024.
CONDILLAC, Étienne de. Tratado das sensações. Trad: Denise Bottman. Campinas: Editora da UNICAMP, 1993.
FARIA, Cesar Augusto Daher Ceva, et al. Bichectomia e sua contribuição para harmonia facial. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, São Paulo, 2018, v. 33, n. 4, pp. 446-452. Disponível em: https://doi.org/10.5935/2177-1235.2018RBCP0164. Acesso em 21 set. 2024.
FONSECA, Eduardo. Sade e Schopenhauer: matéria e metafísica. Revista Natureza Humana, São Paulo, vol. 21, n. 3, 2019, pp. 83-101. Disponível em: https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302019000300007&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 30 jan. 2024.
GASPARIN, J. L. As ideias de Pestalozzi no Brasil. In: Johann Pestalozzi/Michael Soëtard. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010. 112 p. - (Coleção Educadores)
GIACOIA JUNIOR, O. Abismos da perversidade humana. Revista Voluntas: Estudos sobre Schopenhauer, Santa Maria, vol. 9, n. 2, jul-dez. 2018, pp. 16-34. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2179378636021. Acesso em 15 out. 2024.
HARTMANN, Nicolai. Filosofia do idealismo alemão. Trad. José Gonçalves Belo. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, [1960], 1976.
JANET, Paul. Schopenhauer e a fisiologia francesa: (Cabanis e Bichat), de Paul Janet. Trad. Caio Souto e Iasmim Martins. Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, Santa Maria, v. 12, e15, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2179378664887. Acesso em 05 de mai. 2024.
KOßLER, Matthias. A primeira concepção filosófica de Schopenhauer. Trad: Jair Barbosa. Voluntas: Revista Internacional de Filosofia. Santa Maria, vol. 9, n. 1, jan-jun. 2018, pp. 11-23. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2179378633257. Acesso em: 25 de jun. 2024.
OLIVEIRA, André Mário Gonçalves. Implicações da Filosofia de Schopenhauer na Educação: um diálogo crítico com a Escola Nova à luz da pedagogia de Snyders. 2023. 159 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2023.
OLIVEIRA, André Mário Gonçalves. O antinatalismo benatariano e o pessimismo metafísico de Schopenhauer. Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, Santa Maria, v. 15, n. 1, pp. 1-27, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2179378688376. Acesso em: 30 de out. 2024.
PESTALOZZI, J. H. Cartas sobre educación infantil. Trad. Martha Aparecida Santana Marcondes, Pedro Marcondes, Gino Marzio, Ciriello Mazzetto. In: Johann Pestalozzi/Michael Soëtard. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010. 112 p. - (Coleção Educadores)
RICHTER, J. P. F. Selina; oder Über die Unsterblichkeit. Stuttgart: Cotta, 1827.
RICHTER, J. P. F. Titan: a romance. Trad. Charles T. Brooks. Boston: Ticknor and Fielrs, 1862.
ROUSSEAU, J.J., Emílio ou Da Educação. São Paulo: Martin Fontes, 1995.
SOUZA, Maria Cristina dos Santos. A Natürfilosophie como concepção de mundo do romantismo alemão. Revista Aisthe. Rio de Janeiro, n. 5, 2010. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/Aisthe/article/view/11888. Acesso em: 05 de mai 2024.
SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e representação. Tomo I. Trad. Jair Barboza, São Paulo: Editora UNESP, 2005.
SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e representação. Tomo II (Suplementos). Trad. Jair Barboza, São Paulo: Editora UNESP, 2015a.
SCHOPENHAUER, Arthur. Parerga e Paralipomena. Tradução brasileira do capítulo 28 do Tomo II de Parerga und Paralipomena (Sobre a Educação). Trad. Rogério Moreira Orrueta Filho. Revista Voluntas: Estudos sobre Schopenhauer. Santa Maria, vol. 6, n. 1 – 1º semestre de 2015b, pp. 171-183. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2179378633806. Acesso em 05 mai. 2024.
TAYLOR, Charles. As fontes do self: A construção da identidade moderna. Trad. Adail U. Sobral e Dinah de Azevedo de Abreu. São Paulo: Edições Loyola, 1997.
WHEELER, Kathleen. Kant and Romanticism. Philosophy and Literature, Vol. 13, n. 1, abr. 1989, pp. 42-56. Disponível em: https://doi.org/10.1353/phl.1989.0049. Acesso em 11 de set. 2024.
ZANATTA, B. A. O legado de Pestalozzi, Herbart e Dewey para as práticas pedagógicas escolares. Revista Teoria e Prática da Educação. Maringá, v. 15, n. 1, p. 105-112, jan./abr. 2012. Disponível em: https://doi.org/10.4025/tpe.v15i1.18569. Acesso em 11 jun. 2024.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés André Mário Gonçalves Oliveira 2025

Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
Les auteurs qui publient dans le Griot: Revista de Filosofia conserve les droits d'auteur et accorde au periodique le droit de première publication, avec l'œuvre simultanément sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International License, permettant Le partage et l'adaptation, même à des fins commerciales, avec une reconnaissance régulière de la paternité et de la publication initiale dans ce journal. Lire la suite...