Floresta Estacional: madeira sustentável para o produtor rural no Cerrado

Authors

  • Kellen Rabello de Souza Universidade Federal de Goiás
  • Guilherme Murilo de Oliveira
  • Fernanda Gomes Ferreira
  • Thalles Oliveira Martins
  • Carlos de Melo e Silva Neto
  • Fabio Venturoli

Abstract

As Florestas Estacionais do Cerrado possuem muitas espécies madeireiras com alto valor comercial que foram e continuam sendo exploradas de forma intensiva neste bioma. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a flora do fragmento e analisar a estrutura diamétrica de espécies com interesse comercial, em um remanescente de floresta estacional Semidecídua, em Pirenópolis – Goiás. O fragmento florestal estudado possui 8820 m² e foi amostrado aleatoriamente por 21 pontos de Prodan, mensurando-se os DAP’s e estimando as alturas totais das árvores em cada ponto. A floresta apresentou distribuição diamétrica ajustada à curva exponencial negativa. A estimativa para o número total de indivíduos foi de 810, 19arv/ha-1 e a estimativa volumétrica 147, 95m³.ha.  Os maiores Valores de Importância (VI) foram representados por Apuleia leiocarpa, Davilla elliptica, Virola sebifera, Protium heptaphyllum, Dipteryx alata, Inga cylindrica e Emmotum nitens, sendo que a riqueza florística foi de 46 espécies, com Índice de Shannon de 3,25 e equabilidade 0,91. As principais espécies com potencial e as que já são comercializadas encontradas foram: Anadenanthera colubrina, Apuleia leiocarpa, Copaifera langsdorffii, Physocalymma scaberrimum, Platypodium elegans, Virola sebifera, e Chrysophyllum gonocarpum, representando 24,6% da densidade arbórea local. Este trabalho demonstrou que o fragmento florestal é passível de manejo, porém necessitando estudos complementares para implantação na prática. 

Downloads

Download data is not yet available.

References

ADAMOLI, J, MACEDO J, AZEVEDO LG DE, MADEIRA NETTO J. (1986). Caracterização da região dos Cerrados. In: Goedert WJ. (Ed.). Solos dos cerrados: tecnologias e estratégias de manejo. Brasília, DF: Embrapa-CPAC, p. 33-74.

ALMEIDA SP, PROENÇA CEB, SANO SM, RIBEIRO JF, (1998). Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina, EMBRAPA-CPAC.464p.

BARBERIS IM, AND TANNER EVJ. (2005). Gaps and root trenching increase seedling growth in Panamanian semi-evergreen forest. Ecology 86:667–674.

BRITO A, FERREIRA MZ, MELLO JM, SCOLFORO JRS, OLIVEIRA AD, ACERBI JÚNIOR FW. (2007). Comparação entre métodos de Quadrantes e Prodan para análise florística, fitossociológica e volumétrica. Revista Cerne, Lavras, v.13, n.4, p.399-405.

CARVALHO PER. (2008). Espécies Arbóreas Brasileiras, Vol. 3.

CARVALHO FA. FELFILI JM. (2011). Aplicação da diversidade alfa e beta para definição de áreas prioritárias para conservação: uma análise das florestas deciduais sobre afloramentos calcários no Vale do Paranã. Biosciense Journal, 27 (5): 830-838.

CARVALHO ICM. (2004). Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez.

COLLINGE SK.(1996). Ecological consequences of habitat fragmentation: implications for landscap architecture and planning. Landscape and Urban Planning, Cambridge, v. 36, p. 59-77.

CORDEIRO L. (2000). Fixação de nitrogênio em leguminosas ocorrentes no cerrado. In: Klein AL (Org.). Eugen Warming e o Cerrado brasilleiro: um século depois. São Paulo: Universidade Estadual de São Paulo, p.131-145.

DEMINICIS BB, VIEIRA HD, ARAÚJO SAC, JARDIM JG, PÁDUA FT, CHAMBELA NETO A. (2009). Dispersão natural de sementes: importância, classificação e sua dinâmica nas pastagens tropicais. Arquivos de zootecnia, v. 58, p. 35-58.

DINIZ VSS, SILVA ARL, RODRIGUES LDM, CRISTOFOLI M. (2012). Levantamento Florístico e Fitossociológico do Parque Municipal da Cachoeirinha, Município de Iporá, Goiás. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14.

DINIZ VSS, SOUZA TD. (2011). Levantamento Florístico e Fitossociológico de Mata Seca Semidecídua em Área De Reserva Legal do Município de Diorama, Região Oeste de Goiás, Brasil. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.12.

ENCINAS JI, RIBEIRO GS, MACEDO LA, PAULA JE, SANTANA OA. (1997). Composição arbórea de um trecho da floresta estacional semidecidual em Pirenópolis – Goiás.

ENCINAS JI, MACEDO LA, PAULA JE. (2007). Florística e fitossociologia de um trecho da floresta estacional semidecidual na área do ecomuseu do cerrado, em Pirenópolis-Goiás. Cerne, Lavras, v. 13, n. 3, p. 308-320.

FELFILI JM. (1985-1991). Diameter and height distributions in a gallery forest community and some of its main species in central Brazil over a six-year period. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo,v. 20, p. 155-162.

FELFILI JM, SILVA JUNIOR MC, NOGUEIRA PE. (1998). Levantamento da vegetação arbórea na região de Nova Xavantina, MT. Boletim do Herbário Ezechias Paulo Heringer, Brasília, n. 3, p. 63-81.

FELFILI JM, SILVA JUNIOR MC, SEVILHA AC, FAGG CW, WALTER BMT, NOGUEIRA PE, REZENDE AV.(2004). Diversity, floristic and structural pattems of cerrado vegetation in Central Brazil. Plant Ecology, 175: 37-46.

FELFILI JM, SILVA JÚNIOR MCS, SEVILHA AC, REZENDE AV, NOGUEIRA PE, WALTER BMT, SILVA FC, SALGADO MAS. (2001). Fitossociologia da vegetação arbórea. Brasília: Universidade de Brasília, Departamento de Engenharia Florestal.

FELFILI JM, NASCIMENTO ART, MEIRELLES EL, FAGG CW. (2007). Floristic composition and community structure of a seasonally deciduous dry forest on limestone outcrops in Central Brazil. Revista Brasileira de Botânica 30: 375-385.

FRANCO, BKS et al. (2014). Estrato de regeneração natural de um trecho de floresta estacional semidecidual, Viçosa, MG. Revista Árvore, Viçosa, v. 38, n. 1, Feb.

FREITAS JV. (2004). Improving tree selection for felling and retention in natural forest in Amazônia through spatial control and targeted seed tree retention: a case study of a forest management project in Amazonas state, Brazil. Tese de Doutorado. University of Aberdeen, Aberdeen Scotland.

GAUTO OA. (1997). Análise Da Dinâmica e Impactos da Exploração Sobre o Estoque Remanescente (Por Espécie e por Grupos de Espécies Similares) de uma Floresta Estacional Semi Decidual em Missionen Argentina. Dissertação. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, Paraná, Brasil. 133 p.

HARIDASAN, M. Nutritional adaptations of native plants of the cerrado biome in acid soils. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, v. 20, p. 183-195, 2008.

HERINGER EP, BARROSO GM, RIZZO JA, RIZZINI CT. (1977). A Flora Do Cerrado. In: Ferri, M. G. (Ed.). Simpósio Sobre O Cerrado, 4. São Paulo. Anais… São Paulo: Universidade de São Paulo, 1977. p.303-316.

HIGUCHI N, LIMA AJN, TEIXEIRA LM. (2006). Apostila Biometria Florestal. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, Amazonas. 140pp.

HOSOKAWA RT, MOURA JB, CUNHA US. (2008). Introdução ao manejo e economia de florestas. Curitiba: Ed UFPR.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2001). Mapa de solos do Brasil.

IBGE. Instituto Brasileiro De Geografia E Estatistica. (2004). Mapa de vegetação do Brasil.

INMET. Instituto Nacional De Meteorologia. (2014). Normais Climatológicas.

JANKAUSKIS J. (1979). Recuperação de florestas tropicais mecanicamente exploradas. Belém: Sudam; 58 p.

KENT M, COKER P. (1992). Vegetation Description and analysis: a Practical Approach. Belhaven Press. London. 363p.

LORENTZEN ES, AMARAL WAN. (2002). Quais são as causas e soluções para o desflorestamento no Brasil? In: Camargo A, Capobianco JPR, Oliveira JAP. (Orgs.). Meio ambiente Brasil: avanços e obstáculos pós-Rio-92. Estação Liberdade/Instituto Socioambiental/Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, p. 163-168.

MACHADO ELM, OLIVEIRA-FILHO AT DE, CARVALHO WAC, SOUZA JS, BORÉM RAT, BOTEZELLI L. (2004). Análise comparativa da estrutura e flora do compartimento arbóreo-arbustivo de um remanescente florestal na fazenda Beira Lago, Lavras, MG. Revista Árvore, Viçosa, v. 28, n. 4, p.499-516.

MARANGON LC, SOARES JJ, FELICIANO ALP, BRANDÃO CFLS. (2008). Regeneração natural em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual em Viçosa, Minas Gerais. Revista Árvore, v.32, n.1, p.183-191.

MAROD D, KUTINTARA U, TANAKA H, NAKASHIZUKA T. (2002). The effects of drought and fire on seed and seedling dynamics in a tropical seasonal forest in Thailand. Plant Ecology 161:41–57.

MARTINS FR. (1991). Estrutura de uma floresta mesófila. Campinas: UNICAMP, 245 p.

MCLAREN K, MCDONALD M. (2003a). The effects of moisture and shade on seed germination and seedling survival in a tropical dry forest in Jamaica. Journal of Tropical Ecology 19, 567 – 578.

MCLAREN KP, MCDONALD MA. (2003b). The effects of light and moisture on seed germination and seedling survival in a tropical dry forest in Jamaica. Forest Ecology and Management 183: 61-75.

MCLAREN KP, MCDONALD MA. (2003c). Coppice regrowth in a disturbed tropical dry limestone forest in Jamaica. Forest Ecology and Management, 180, 99-111.

MOSCOVICH FA, BRENA AB, LONGHI SJ. (1999). Comparação de diferentes métodos de amostragem, de área fixa e variável, em uma floresta de Araucária angustifólia. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 9, n. 1, p. 173-191.

MUELLER-DOMBOIS D, ELLENBERG H. (1947). Aims and methods of vegetation ecology. New York: John Wiley & Sons.

NASCIMENTO ART, FELFILI JM, MEIRELLES EM. (2004). Florística e estrutura da comunidade arbórea de um remanescente de floresta estacional decidual de encosta, Monte Alegre, Goiás, Brasil. Acta Botânica Brasílica, São Paulo, v. 18, n. 4, p. 659-669.

NIMER E, BRANDÃO AMPM. (1989). Balanço hídrico e clima da região dos Cerrados. Rio de Janeiro: IBGE.

NOGUCHI DK, NUNES GP, SARTORI AL.B. (2009). Florística e síndromes de dispersão de espécies arbóreas em remanescentes de Chaco de Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul, Brasil. Rodriguésia 60: 353-365.

PÉLLICO NETTO S, BRENA DA. (1997). Inventário Florestal. Curitiba: UFPR, v.1, 316p.

Pereira BAS. (2008). Relações vegetação - variáveis ambientais em florestas estacionais decíduas em afloramentos calcários no bioma Cerrado e em zonas de transição com a Caatinga e com a Amazônia. 91 f. Tese (Doutorado em Ecologia) – Universidade de Brasília, Brasília, DF.

PEREIRA BAS, VENTUROLI F, CARVALHO FA. (2011). Florestas Estacionais No Cerrado: Uma Visão Geral. e-ISSN 1983-4063 - www.agro.ufg.br/pat - Pesq. Agropec. Trop., Goiânia, v. 41, n. 3, p. 446-455.

PINTO ACM, SOUZA AL, SOUZA AP, MACHADO CC, MINETTE LJ, VALE AB. (2002). Análise de danos de colheita de madeira em floresta tropical úmida sob regime de manejo florestal sustentado na Amazônia Ocidental. Revista Árvore, v. 26, n. 4, p. 459-466.

PRIMACK RB, RODRIGUES E. (2001). Biologia da conservação. Londrina: E. Rodrigues, 2001. 328p.

PRODAN M. (1968). Forest biometrics. New York: Pergamon, 447 p.

RIBEIRO JF, WALTER BMT. (2008). As Principais Fitofisionomias Do Bioma Cerrado. In: Sano SM, ALMEIDA SP, RIBEIRO JF. (2008). Cerrado: Ecologia e flora. Brasília: EMBRAPA, v. 1, p. 152-212.

ROZZA A.(2003). Manejo e regeneração de trecho degradado de floresta estacional semidecidual: Reserva municipal de Santa Genebra, Campinas, SP. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas.

SANO SM, ALMEIDA SP, RIBEIRO JF. (2008). Ecologia e flora. Brasília: EMBRAPA, v. 1, p. 152-212.

SANO SM, ALMEIDA SP. (eds.). (1998). Cerrado: Ambiente e Flora, EMBRAPA-CPAC, Planaltina, DF, Chap. 3, pp.89-166.

SCARIOT A, SEVILHA AC. (2000). Diversidade, estrutura e manejo de florestas deciduais e as estratégias de conservação. Pp. 183-188. In: Cavalcanti TB. et al. (Orgs.). (2000). Tópicos atuais em Botânica. Brasília, DF: Sociedade Botânica do Brasil/Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2000. p. 183-188.

SCOLFORO JR, OLIVEIRA AD, ACERBI JÚNIOR FW. (ED.) (2008). Inventário Florestal de Minas Gerais - Equações de Volume, Peso de Matéria Seca e Carbono para Diferentes Fisionomias da Flora Nativa. Lavras: UFLA, cap. 2, p.67-101.

SILVA LA, SCARIOT A. (2003). Composição florística e estrutura da comunidade arbórea de uma floresta estacional decidual em afloramento calcário (Fazenda São José, São Domingos - GO, Bacia do rio Paranã). Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 17, n. 2, p. 307-326.

SILVA LA, SCARIOT A. (2004). Composição e estrutura da comunidade arbórea de uma floresta estacional decidual sobre afloramento de calcário no Brasil central. Revista Árvore, Viçosa, v. 28, n. 1, p. 69-75.

SILVA RP, SANTOS J, TRIBUZY ES, CHAMBERS J, NAKAMURA S, HIGUCHI N. (2002). Diameter increment and growth patterns for individual tree growing in Central Amazon, Brazil. Forestry Ecological Manager. 166: 295-30.

SILVA ACC, PRATA APN, MELLO AA, SANTOS ACAS. (2013). Síndromes de dispersão de Angiospermas em uma Unidade de Conservação na Caatinga, SE, Brasil. Hoehnea vol.40 no.4.

VENTUROLI F. (2008). Manejo de Floresta Estacional Semidecídua Secundária em Pirenópolis, Goiás. Tese de Doutorado em Ciências Florestais, Publicação PPGEFL.TD- 011/2008, Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 186p.

VENTUROLI F, FELFILI JM, FAGG CW. (2011). Avaliação temporal da regeneração natural em uma floresta estacional semidecídua secundária, em Pirenópolis, Goiás. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 35, n. 3, p. 473-483.

VENTUROLI F, FAGG CW, FAGG JMF. (2010). Crescimento de uma floresta estacional semidecídua secundária sob manejo em relação a fatores ambientais, em Pirenópolis, Goiás. Revista de Biologia Neotropical, v.7, n.2, p.1-11.

VENTUROLI F, FRANCO AC, FAGG CW, FELFILI JM. (2012). Regime de luz em uma floresta estacional semidecídua sob manejo, em Pirenópolis, Goiás. RevistaÁrvore. vol.36, n.6, pp. 1135-1144.

VIEIRA DLM, SCARIOT A. (2006). Principles of natural regeneration of tropical dry forest for restoration. Restaration Ecological 14(1):11-20.

Published

2017-05-12

How to Cite

de Souza, K. R., de Oliveira, G. M., Ferreira, F. G., Martins, T. O., Silva Neto, C. de M. e, & Venturoli, F. (2017). Floresta Estacional: madeira sustentável para o produtor rural no Cerrado. MAGISTRA, 28(1), 54–62. Retrieved from https://www3.ufrb.edu.br/index.php/magistra/article/view/3688

Issue

Section

Artigo Científico